sábado, 22 de setembro de 2012

Novos temas

Saudações, caros seguidores

Depois de algum tempo de paragem, vamos dar início a publicação, em série, de trabalhos jornalísticos referentes ao jornalismo especializado e matérias relacionadas com fontes de informação, especificamente em Moçambique.
Os trabalhos a serem publicados é resultado de várias pesquisas realizadas pelo autor e por respeitados pesquisadores da área.

Com melhores cumprimentos

Autor

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CIBERJORNALISMO EM MOÇAMBIQUE

CIBERJORNALISMO EM MOÇAMBIQUE

Introdução

O Ciberjornalismo em Moçambique nasceu nos anos 90, com a introdução da nova lei de imprensa, Lei 18/91 e de alterações profundas ao funcionamento da comunicação em geral e, da media em particular, trazidas pela entrada da internet na cena, sendo que em pouco tempo, transformou-se num meio massivamente disseminando e generalizando o uso das tecnologias digitais (Fidalgo, 2008).

Estas transformações trouxeram uma agilidade no processo de produção e edição de materiais e serviços informativos, integração de diferentes géneros, formatos e suportes, bem como as diversidades de figurinos de distribuição, recepção e uso.

Estes condicionalismos técnicos deram origem às publicações online, e estas por sua vez, geraram o jornalismo online, ou jornalismo digital, ou ainda ciberjornalismo, um espectro que Moçambique não ficou à margem.

A génese do ciberjornalismo em Moçambique

Com aprovação da lei 18/91, de Agosto, que consagrou a liberdade de livre expressão e criação de meios de comunicação, começaram a surgir vários órgãos de comunicação social privados. Neste processo pode-se destacar o nascimento da primeira cooperativa mediática, denominada MediaCoop.

Seria este grupo de jornalistas que começou a dar os primeiros paços do jornalismo suportado por tecnologias de informação, difundindo o primeiro jornal electrónico por fax - o MediaFax.

Quando começou o ciberjornalismo em Moçambique não passou do processo de colagem dos materiais preparados para o suporte de papel. Mas, muito rapidamente, as empresas jornalísticas perceberam que este canal de comunicação tinha enormes potencialidades no que toca a ligação com os seus leitores.

Aliado às enormes capacidades do suporte digital da rede que permite o seu próprio desenvolvimento e armazenamento, nasceram mais jornais online que começaram a adquirir a sua própria autonomia em quase todos os recursos e nas suas tradicionais características, como a interactividade, hipermedialidade, multimedialidade, como recursos importantes do ciberjornalismo.

No campo social estimulou a participação do cidadão, debatendo a dinâmica da vida social, política económica, bem como a venda de produtos e serviços, fóruns até mesmo as sondagens de opinião.

Contudo, esta autonomização dos jornais online e do ciberjornalismo em Moçambique não durou muito tempo, mais por questões económicas do que técnicas ou de expectativa dos pioneiros, pois viria a fracassar nos finais da década de 90. A sua reabilitação veio a decorrer nos princípios de 2002, com entrada em cena de outros intervenientes no processo de produção, comercialização e aperfeiçoamento das TICs. Referimo-nos de profissionais em jornalismo online, operadores de serviços de Internet e os curiosos.

Contributo das escolas de jornalismo

Com introdução do ensino superior em jornalismo, em 2000, instituições de formação técnica profissional, de níveis médias e básicos, a popularização do uso da internet por empresas (instituições) e por particulares, sobretudo, avalancha dos ditos nativos digitais e curiosos tornou o equipamento informático economicamente acessível e mão-de-obra tornou-se barata, o alavancou a prática do ciberjornalismo e deu um novo impulso dos jornais digitais e os blogues.

Na Escola de Comunicação e Artes, na Universidade Eduardo Mondlane, começou a leccionar-se o Jornalismo Científico e a informática, disciplinas que incorporam módulos do webjornalismo. Serão os jovens formados nesta universidade e em outras escolas profissionais que vão dar cunho científico e tecnicamente validado no uso e exploração das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e Internet virada o jornalismo online, agora tida como uma prática mais flexível na recolha, processamento e distribuição de informação.

Curiosamente, é o sector privado do jornalismo que tem estado a imprimir dinâmica no jornalismo online. Actualmente, há mais de 20 jornais, publicados na plataforma da web e em segundo lugar aparecem, os órgãos públicos, procurando tirar as vantagens que a internet oferece no ciberjornalismo.

Outra área que está a ser amplificada na exploração do webjornalismo em Moçambique é a de weblogs, mais conhecida na nomenclatura portuguesa por blogues. Uma técnica barata que cada um, com mínimos conhecimentos de uso de computador pessoal, pode criar e postar alguma informação, possibilitando desta maneira o alargamento das possibilidades informativas na plataforma universal – ou seja, na World Wide Web.

Os últimos estudos apontavam, até 2010, para mais de 120 blogues em Moçambique, veiculando conteúdos informativos. Não vamo-nos referir nesta pesquisa dos sites criados por instituições e organismos estatais e privados.

O futuro do ciberjornalismo em Moçambique

Tal como no mundo inteiro, o futuro do ciberjornalismo em Moçambique depende do rumo que as tecnologias de informação e a internet estão a tomar. Moçambique não é um caso particular nesta corrida informacional, porque esta nação está acompanhar todos os processos globalizantes, que sem os quais ficaria na cauda do desenvolvimento global.

Actualmente, está em curso o debate a lei das TICs e da Internet, o que será um instrumento que vai regular, promover e proteger este bem comum, produto da inteligência colectiva, segundo aponta Pierre Levy.