segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CIBERJORNALISMO EM MOÇAMBIQUE

CIBERJORNALISMO EM MOÇAMBIQUE

Introdução

O Ciberjornalismo em Moçambique nasceu nos anos 90, com a introdução da nova lei de imprensa, Lei 18/91 e de alterações profundas ao funcionamento da comunicação em geral e, da media em particular, trazidas pela entrada da internet na cena, sendo que em pouco tempo, transformou-se num meio massivamente disseminando e generalizando o uso das tecnologias digitais (Fidalgo, 2008).

Estas transformações trouxeram uma agilidade no processo de produção e edição de materiais e serviços informativos, integração de diferentes géneros, formatos e suportes, bem como as diversidades de figurinos de distribuição, recepção e uso.

Estes condicionalismos técnicos deram origem às publicações online, e estas por sua vez, geraram o jornalismo online, ou jornalismo digital, ou ainda ciberjornalismo, um espectro que Moçambique não ficou à margem.

A génese do ciberjornalismo em Moçambique

Com aprovação da lei 18/91, de Agosto, que consagrou a liberdade de livre expressão e criação de meios de comunicação, começaram a surgir vários órgãos de comunicação social privados. Neste processo pode-se destacar o nascimento da primeira cooperativa mediática, denominada MediaCoop.

Seria este grupo de jornalistas que começou a dar os primeiros paços do jornalismo suportado por tecnologias de informação, difundindo o primeiro jornal electrónico por fax - o MediaFax.

Quando começou o ciberjornalismo em Moçambique não passou do processo de colagem dos materiais preparados para o suporte de papel. Mas, muito rapidamente, as empresas jornalísticas perceberam que este canal de comunicação tinha enormes potencialidades no que toca a ligação com os seus leitores.

Aliado às enormes capacidades do suporte digital da rede que permite o seu próprio desenvolvimento e armazenamento, nasceram mais jornais online que começaram a adquirir a sua própria autonomia em quase todos os recursos e nas suas tradicionais características, como a interactividade, hipermedialidade, multimedialidade, como recursos importantes do ciberjornalismo.

No campo social estimulou a participação do cidadão, debatendo a dinâmica da vida social, política económica, bem como a venda de produtos e serviços, fóruns até mesmo as sondagens de opinião.

Contudo, esta autonomização dos jornais online e do ciberjornalismo em Moçambique não durou muito tempo, mais por questões económicas do que técnicas ou de expectativa dos pioneiros, pois viria a fracassar nos finais da década de 90. A sua reabilitação veio a decorrer nos princípios de 2002, com entrada em cena de outros intervenientes no processo de produção, comercialização e aperfeiçoamento das TICs. Referimo-nos de profissionais em jornalismo online, operadores de serviços de Internet e os curiosos.

Contributo das escolas de jornalismo

Com introdução do ensino superior em jornalismo, em 2000, instituições de formação técnica profissional, de níveis médias e básicos, a popularização do uso da internet por empresas (instituições) e por particulares, sobretudo, avalancha dos ditos nativos digitais e curiosos tornou o equipamento informático economicamente acessível e mão-de-obra tornou-se barata, o alavancou a prática do ciberjornalismo e deu um novo impulso dos jornais digitais e os blogues.

Na Escola de Comunicação e Artes, na Universidade Eduardo Mondlane, começou a leccionar-se o Jornalismo Científico e a informática, disciplinas que incorporam módulos do webjornalismo. Serão os jovens formados nesta universidade e em outras escolas profissionais que vão dar cunho científico e tecnicamente validado no uso e exploração das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e Internet virada o jornalismo online, agora tida como uma prática mais flexível na recolha, processamento e distribuição de informação.

Curiosamente, é o sector privado do jornalismo que tem estado a imprimir dinâmica no jornalismo online. Actualmente, há mais de 20 jornais, publicados na plataforma da web e em segundo lugar aparecem, os órgãos públicos, procurando tirar as vantagens que a internet oferece no ciberjornalismo.

Outra área que está a ser amplificada na exploração do webjornalismo em Moçambique é a de weblogs, mais conhecida na nomenclatura portuguesa por blogues. Uma técnica barata que cada um, com mínimos conhecimentos de uso de computador pessoal, pode criar e postar alguma informação, possibilitando desta maneira o alargamento das possibilidades informativas na plataforma universal – ou seja, na World Wide Web.

Os últimos estudos apontavam, até 2010, para mais de 120 blogues em Moçambique, veiculando conteúdos informativos. Não vamo-nos referir nesta pesquisa dos sites criados por instituições e organismos estatais e privados.

O futuro do ciberjornalismo em Moçambique

Tal como no mundo inteiro, o futuro do ciberjornalismo em Moçambique depende do rumo que as tecnologias de informação e a internet estão a tomar. Moçambique não é um caso particular nesta corrida informacional, porque esta nação está acompanhar todos os processos globalizantes, que sem os quais ficaria na cauda do desenvolvimento global.

Actualmente, está em curso o debate a lei das TICs e da Internet, o que será um instrumento que vai regular, promover e proteger este bem comum, produto da inteligência colectiva, segundo aponta Pierre Levy.

2 comentários:

  1. Este trabalho é um ensaio que ainda está em construção com objectivo de fazer um estudo actualizado sobre o ciberjornalismo em Moçambique,as suas origens e processos em curso para a sua reafirmação, como uma plataforma universal de produção de conteúdos simbólicos, num mundo em que as tecnologias de informação e comunicação estão cada vez mais a tornarem-se suportes incontornáveis na colheita, tratamento, armazenamento e difusão de informação.
    Por esta mesma razão, este trabalho está em constante subsidiação de novos dados, sendo estes considerados os macros, do ponto de vista da génese do ciberjornalismo em Moçambique, em geral, e neste ensaio em particular.
    O autor.

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    1. professor nakatembo, sou um jovem que admiro bastante os seus escritos nesta area em destaque. peso embora e com muita infelicidade que estamos num pais onde supostamente exista a liberdade duvidosa de imprensa, nao podemos equiparar com alguns paises como Angola que, a liberdade de imprensa nao existe. mas saluto a iniciativa existente em varios sentidos sibretudo nesta nova plataforma de midia. mas a questao que trago reside na duvida da fidedignidade deste meio na transmissao de conteudos noticiosos. ate quando podemos achar credivel uma informacao vinculada na internet como sendo credivel, por que uma das caracteristicas do jornalismo e a credibilidade, subjectividade e entre outros, e hoje se descute bastante nas academias. estamos num momento que tememos dizer que certa informacao e credivel ainda dentro dos midias tradicionais tais como a radio, televisao e o impresso, mas sobretudo o impresso, este nos remete a alguns questionamentos. por que? por causa do nivel de sensacionalismo existente no nosso pais. assim, estamos a nivel de ter uma informacao no jornal digital e te-la como credivel? e como evitar isso. agradeceria se me respondesse nesse email. (ottohoracio.eugenio@gmail.com. sou estudante do 4a ano de jornalismo na Escola Superior de Jornalismo. obrigado

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